sábado, 15 de dezembro de 2012

Os Sonhadores ( The Dreamers)



Os Sonhadores é um filme que emana a paixão sagrada que os cinéfilos tem por essa profana e tão sublime chamada de sétima arte. Nele é mostrado uma válvula de escape , para sair dos conflitos que a França daquele período vinha sofrendo. Procede também a aptidão de nos tornamos ermos, em troca do amparo que a sétima arte nos proporciona. Os três personagens principais
são arredios , isso fica bem claro quando Matthew pergunta a Izabelle se ela nunca saiu com um garoto que ela nega de forma receosa. Os personagens são guiados por um forte amparo de atenção graças ao belo roteiro do escocês Gilberto Adair recém-falecido e que escreveu também a obra literária que adaptou a película . Os pais de Matthew e Izabelle são pessoas com desdém, que não ligam em sair de casa e deixar os filhos numa situação escassa. Por conta disso se tornam os personagens mais interessantes do longa. A história oferece uma linha tênue
para a personalidade ambígua dessas pessoas e talvez acabe se tornando um dos maiores defeitos dessa cultuada obra do italiano Bernardo Bertolucci.


sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Ruas de Fogo (Streets Of Fire)



Com uma atmosfera sombria e indelicada, somos apresentados a uma cantora de rock e um jovem rapaz de olhos angelicais, mas com um falar voraz, duro e firme. A Nova Iorque ambientada no filme é praticamente tomada por grupos de motoqueiros que se vestem com camisas ala rock’n roll e costumam fazer seqüestros e a polícia não tem forte domínio sobre eles. O visual é gótico e muito colorido com uma pincelada de cores no anoitecer lembrando um pouco Blade Runne, só que não futurístico e sim no contexto da década de 80. Michael Paré em um de seus primeiros papeis demonstrava firmeza e segurança ainda que inexpressivo junto em cena parecesse confiante. O filme foi produzido por Joel Silver em um de seus primeiros trabalhos como produtor de cinema. As cenas de ação tentam desviar a falta de roteiro, desviando a capacidade das pessoas de pensarem. O personagem de Michael Paré é retratado quase como uma figura heróica da cidade de Nova Iorque que põem fim a um predomínio de motoqueiros marginalizados com uma simples força de mão o pior mesmo é uma conjunta de policiais preparados para o perigo, que não conseguem suprir a força necessária para enfrentar os marginais, entregam tudo nas mãos de um jovem com a possível capacidade de vencê-los.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Delmer Daves (1904-1977)



Delmer Daves foi um dos diretores mais defendidos e valorizados nos anos 50. Sua filmografia de mais 40 filmes incluem os mais variados gêneros como Westerns ,romances , bíblicos etc. Quando estava na faculdade de direito se interessou pelo cinema e começou a dirigir em 1948, com Destino em Tóquio. Em 1950 faria seu primeiro Western intitulado Flechas de Fogo - Broken Arrow. Tem uma fotografia de cair o queixo de Ernest Palmer, que já havia ganho o Oscar de melhor fotografia muitos anos antes, em 1941 por “Sangue e Areia”. Em 1954 faria a continuação de “O Manto Sagrado” enorme sucesso de bilheteria e recebendo algumas indicações importantes ao Oscar . “Demetrius e os Gladiadores” é uma espécie de “Spartacus”(1960) modesto e com roteiro simplório, todavia indo direto ao ponto. Seu trabalho em “Flechas de Fogo” foi apenas um aquecimento para sua obra-prima “A arvoré dos Enforcados”, Western com uma beleza estética impressionante e que seria um dos últimos trabalhos do lendário Gary Cooper antes de morrer de cancêr de próstata dois anos depois desse filme. Delmer Daves também adoeceu durante as filmagens e acabou deixando o trabalho de direção nas mãos de Karl Malden. Pode-se dizer também que foi o primeiro trabalho de George C Scottno cinema, com uma prolifica carreira. Delmer Daves morreria em 17 de agosto de 1977, um ano trágico para a Sétima Arte, com outras perdas de diretores lendários como Charles Chaplin e Howard Hawks.


quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Aventuras na Zona Proibida (Spacehunter)


Aventura Na Zona Proibida foi lançado em 20 de maio de 1983, uma semana antes de estrear última parte da série Star Wars, O retorno  de Jedi. Produzido pelo canadense Ivan Reitman, que nos anos 80 era um diretor de ligeiro talento, até cair na mediocridade na virada da década, com várias comédias sem graça manchando seu currículo.

A parte artística é que é fascinante. Somos mergulhados na história logo nos primeiros minutos, na vida de Wolf e sua andróide Chalmers, que vivem numa espaçonave que lembra um pouco “Mercenários da Galáxia” lançado 3 anos antes e com um orçamento de 2 milhões, bem mas humilde que esse seu primo rico de 14 milhões, bancado pela Columbia Pictures que na época da produção tinha sido recém-comprada pela Coca-Cola.

Não é um roteiro brilhante, mas o que chama a atenção é o fato de ser bem produzido. Quando Wolf e sua androide Charlmes chegam no planeta depois de serem emitidos a um sinal de socorro eles logo se deparam com um gigantesca batalha com barcos piratas em solo arenoso que estão sob o comando de um tirano chamado Overdog, e é nesse confronto que Wolf perde sua androide. Mas essa perda na vida dele é impossível de ser sentida por conta de um roteiro tão precário.

Overdog vivido pelo canadense Michael Ironside é um personagem com figurino tenebroso que tem a mesma genialidade visual de Darth Vader e o ator regado a muita maquiagem evoca um olhar que lembra o skeletor de Frank Langella em “Mestres do Universo”. Mas graças a fraca dupla de roteiristas que escreveram seus diálogos o personagem não vai além disso.

É um filme divertido graças a genialidades técnicas do seus realizadores que souberam, com um orçamento irrisório, criar uma atmosfera fantástica. Pena que o custo barateado da produção acabou trazendo dois roteiristas fracos que não trouxeram nada a tantos personagens que podiam ter se tornados emblemáticos.

domingo, 9 de dezembro de 2012

A Família Buscapé (The Beverly Hillbillies)

Baseado numa série de TV que durou de 1962 há 1971, por nove temporadas na CBS, foi comédia de 1993 produzida pela Fox e que na época foi mal recebida. Torna-se ruim por ter erros de direção que podiam ter sido facilmente  contornados, se a diretora, Penelope Spheeris, excluísse personagens desnecessários, e desse mais destaque aos que dão o verdadeiros charme a essa comédia pastelão.

Jim Varney, que morreria tempos depois de câncer de pulmão, e era figura comum nesse tipo de comédia, serve apenas como coadjuvante já que a verdadeira protagonista é Erika Eleniak que tem uma personagem que parece saída de desenho animado. Matuta e ingênua, Elly May é quase um macleod mal trabalhado.

O filme estreou no dia 15 de outubro de 1993 e foi duramente criticado, mas a verdade é que se parece com um cartoon. A cena de Elly May na quadra de basquete define bem esse tom arraigado.

sábado, 8 de dezembro de 2012

O Trovão Azul (Blue Thunder)


John Badham,diretor britânico, dirigiu algumas das películas mais divertidas dos anos 80 e nos anos 70 já tinha se consagrado com “Os embalos de sábado a noite“, produção que posteriormente se tornaria numa série televisiva de curta duração com apenas 11 episódios lançados.

Essa obra se tornou cultuada , embora não seja perfeita por misturar policiais em busca da lei na cidade de Los Angeles combatendo o crime com helicóptero de última geração.
O filme não é perfeito por não ir fundo no passado de Franklin Murphy, que lutou na guerra do Vietnã e tem profundos pesadelos sobre isso. Mas a trama só fica nesse ponto, ficamos sem saber mais sobre esse conflito da vida do policial.

Escrito pelo falecido Dan O´ Bannon, que escreveria o roteiro ao lado de Don Jakoby, e logo em seguida estrearia na direção com o divertido “A volta dos mortos vivos“. Os autores da histórias falham por criar conflitos interessantes,não sabem desenvolver suas tramas. E quando a projeção termina o enredo fica inacabado. É um sinal claro que os roteiristas escreveram de forma burocrática, já que era um filme produzido pela Columbia Pictures e poderia render continuação caso fosse bem no lançamento nos cinemas.Não foi bem isso que ocorreu mas a Blue Thunder tá longe ser um dos piores dos anos oitenta. A música de Arthur Rubinstein tem cara de som eletrônico de video game talvez tenham sido esse o propósito já que os minutos finais é pura perseguição entre veículos aéreos entre Frank Murphy e Cochrane repleto de tomadas saídas de desenho animado com a mais enlouquecedora cena, de quando o helicóptero derrapa no vagão do trem e é sacudida por uma enorme explosão.

No mesmo ano John Badham ainda dirigiria “Jogos de Guerra“, depois que a Metro-Goldwyn Mayer demitiu o diretor Martin Brest depois de 12 dias de filmagens, por conflitos de ideias. Pelo visto John Bahdam na época estava no auge antes de cair no ostracismo e passar a dirigir apenas episódios de TV durante 8 anos e nunca mas retornou a carreira cinematográfica.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Quem Dispara Primeiro (E Per Tetto Un Cielo Di Stelle)


A cena de abertura de “Quem dispara primeiro “ é considerada por muitos como uma das melhores aberturas de Western . Mostrando uma perseguição de forasteiros perseguindo uma carroça com uma dama e outras pessoas.

Federico Boido, ator de origem italiana, nasceu pra interpretar vilão. A primeira tomada que envolve seu personagem o mostra montado num cavalo, de olhar fixo para uma carroça, junto com seus comparsas preparado para atacar.

Com um suposto orçamento irrisório - naquela época faroestes caros eram “Butch Cassidy “ que custou para Century Fox 6 milhões . Essa jóia foi bancanda pela Documento Film produtora italiana que ainda bancaria 67 películas num período de 26 anos.

As cenas de bangue bangue no bar não são tão bem filmadas e imaginativas quanto o Western “The War Wagon” que tem praticamente a mesma idade sendo que de nacionalidades diferentes talvez devido ao orçamento limitado.

Mas o italiano Giulio Petroni, que dirigiria 14 longas-metragem tinha talento suficiente de criar enormes cenas com poucos recursos. As cenas envolvendo o circo é um desses pontos positivos e prá ter esse auxílio ele contou com a ajuda do alemão Mario Adorf que interpreta Harry um sujeito incrívelmente atrapalhado que faz amizade com Tim, personagem de Giuliano Gemma, que se conhecem depois de uma briga de bar com outros forasteiros.

Mas nem tudo é ponto positivo. Os vilões ganham pouco destaque, mas as cenas em que essa figuras aparecem ajudam a enriquecer a narrativa quando o pai de Roger Pratt personagem de Ferico Boido tenta estuprar uma mulher em busca de informações.

O clímax final é um dos melhores que já vi. Lembra um pouco o embate final de “O Passado não perdoa “ de John Huston com a diferença que os indígenas não estão no meio da cena . Muitas explosões e tiroteio mas uma cena ainda mais fabulosa que o embate final precede esta última, quando Harry acaba caindo de cima de um telhado e mostra a criatividade do diretor italiano de criar cenas eloquentes com poucos recursos.

O roteiro foi escrito com quatro mãos, Mariano Laurenti e Alberto Areal, sendo desse último o único roteiro em toda sua carreira. Não se sabe qual era a pretensão dos roteiristas, mas fica claro pelo tom cômico e com dois personagens atrapalhados como Harry e Tim que podem ter pego inspiração na famosa dupla “O gordo e o Magro” ou “A Bucha” e estica talvez em algum outro Western com características semelhantes a essa obra italiana .


quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Peter Greene




Peter Greene, ator nascido em Nova Jersey, com uma filmografia extensa de maioria independente, iniciou no cinema em 1992 com o filme “Leis da Gravidade”. Já tinha começado a atuar muitos anos antes e estudou no estúdio de Lee Strasberg . Em 1994 seu segundo filme independente foi exibido no Festival de Cannes, arrancando muitos elogios quanto a performance do ator. No mesmo ano ele ainda estava incluso em dois filmes comerciais .

Peter Greene se envolveu com drogas na metade dos anos 90 , tendo tentado o suicídio em 1996 e sendo preso em 1998 devido a seus problemas com drogas. Isto, fez com que o ator não tivesse a carreira muito visível em Hollywood.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Diretor Henry Bromell - Pânic

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Henry Bromell é mais um caso curioso de um diretor que tem um grande acerto em sua estréia como cineasta, mas pouco tempo depois passa a fazer trabalhos irrisórios na televisão e ninguém o convida para mais nada.

Pânic foi rodado em apenas um mês e foi produzido pela produtora independente Artisan Entertainment, produtora na qual bancou o primeiro filme de Quentin Tarantino. A maneira narrativa é tão simples porém, tão envolvente que todo mundo que assistiu deve lembrar do seu enredo. Os personagens tem conflitos, que absorvem o espectador a se envolver com o que eles estão passando, talvez pela maneira simplista que Bromell escreve o longa.

Henry Bromell ainda dirigiria e escreveria outro longa em 2001 até se aposentar como diretor. Nos dois longas eles colaborou com Neve Campbell.
 
São tantas cenas interessantes que é melhor quem não viu procurar ver e se encantar com um filme que na época merecia ao menos ter ganhado alguns prêmios.

Samir Levi de Farias Leite Batist